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2012 - Livro Vermelho 2013

Syagrus glaucescens Glaz. ex Becc. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 31-05-2012

Criterio: B1ab(iii,v)

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Syagrus glaucescens apresenta distribuição geográfica restrita aos Campos Rupestres da Cadeia do Espinhaço, no Estado de Minas Gerais, com uma EOO de 6.460,11 km². O habitat da espécie vem declinando em qualidade e extensão devido à incidência de incêndios; em função disso e da coleta de indivíduos para fins ornamentais, suspeita-se que o número de indivíduos maduros também esteja em declínio. Número de situações de ameaça inferior a 10.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Syagrus glaucescens Glaz. ex Becc.;

Família: Arecaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita na obra Agric. Colon. 10: 470. 1916. Conhecida vulgarmente como "coco-da-pedra" e "palmeirinha-azul". É similar a S. duartei, mas difere desta por conter o dobro do número máximo de raquilas na inflorescência, frutos de menor tamanho e pelos caules sempre verticais (Lorenzi et al., 2010).

Dados populacionais

Miola et al. (2010) realizou estudo de fenologia vegetativa e reprodutiva com um total de 40 indivíduos da espécie na Reserva Particular Vellozia, Serra do Cipó, MG. Miola et al. (2005; 2011) conduziram estudo de modelagem e predição de distribuição da espécie em sua área de ocorrência. O mapa gerou 70 pontos de provável ocorrência da espécie e, para verificar a acurácia, os autores foram a campo. Dos 70 pontos visitados, 52 apresentaram a ocorrência da espécie.

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo em Cerrado, exclusivamente no Estado de Minas Gerais (Leitman et al., 2012), mais precisamente nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Miola et al., 2010), entre 700 e 1200 m de altitude (UNEP, 2008).

Ecologia

Palmeira de caule solitário, geralmente arqueado. Frutifica durante a primavera e verão. Multiplica-se apenas por sementes, cuja germinação é baixa e pode demorar seis meses ou mais (Lorenzi et al., 2010). Os indivíduos podem atingir até 4 m de altura, geralmente encontrados agrupados em pequenas subpopulações (Miola et al., 2010). Segundo Miola et al. (2010), a capacidade de resistência ao fogo da espécies está relacionada ao seu padrão de distribuição. Os autores mencionam que por estar associada a afloramentos rochosos quartizíticos, a espécie possui suas raízes fixadas entre as fendas e, em muitos indivíduos, é possível observar que o crescimento decumbente do caule faz com que o mesmo permaneça protegido entre as fendas das rochas. A espécie foi considerada perenifólia por Miola et al. (2010), uma vez que todos os 40 indivíduos apresentaram folhas verde durante o período de estudo. Ainda segundo Miola et al. (2010), a hipótese de que a passagem do fogo altera a fenologia reprodutiva da espécie, pode ser aceita. O grupo queimado floresceu e frutificou antes do grupo controle, além de ter produzido maior número de flores e frutos.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Segundo IUCN (2011), a população está declinando a uma taxa alarmante. Restam apenas alguns indivíduos e indivíduos maduros são quase completamente ausentes em algumas áreas que antes ocorriam. A destruição do habitat e as pressões antrópicas têm sido a causa desse declínio. Existe também evidências de que as palmeiras têm sido coletadas para comércio horticultural.

1.7 Fire
Detalhes Segundo Miola et al. (2010), a passagem do fogo contribui para a diminuição em abundância de polinizadores e isso pode explicar por que, no grupo de indivíduos queimados, um dos quais os autores realizaram parte de seus estudos, embora tenha havido uma intensa floração, a produção subsequente de frutos tenha sido relativamente baixa. De acordo com os mesmos autores, no final do mês de novembro de 2004, cerca de 80% da vegetação natural da Reserva Particular Vellozia, foi queimada. A área não sofria o impacto do fogo há aproximadamente oito anos.

1.3.3.2 Selective logging
Detalhes Corte seletivo (IUCN, 2011)

Ações de conservação

1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) em avaliação realizada pela IUCN em 1998 (IUCN, 2011).

5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: A espécie é cultivada no Jardim Botânica Plantarum (Instituto Plantarum, 2011).

Usos

Referências

- NOBLICK, L. IUCN Red List of Threatened Species. Disponivel em: <www.iucnredlist.org>. Acesso em: 17 DE mAIO DE 2012.

- LEITMAN, P.; HENDERSON, A.; NOBLICK, L. ET AL. Arecaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/>. Acesso em: 13 março 2012.

- LORENZI, H.; NOBLICK, L.; KAHN, F. ET AL. Flora Brasileira - Arecaceae (Palmeiras). Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2010. 384 p.

- INSTITUTO PLANTARUM. Acervo Vivo: Jardim Botânico Plantarum. Disponivel em: <http://www.plantarum.org.br/jardim-botanico>. Acesso em: 13 de Março de 2012.

- MIOLA, D. T. B.; CORREIA, H. V. L.; FERNANDES, G. W. ET AL. Efeito do Fogo na Fenologia de Syagrus glaucescens Glaz. ex Becc. (Arecaceae). Neotropical Biology and Conservation, v. 5, n. 3, p. 146-153, 2010.

- MIOLA, D. T. B.; FREITAS, C. R.; BARBOSA, M. ET AL. Modeling the Spatial Distribution of the Endemic and Threatened Palm Shrub Syagrus glaucescens (Arecaceae). Neotropical Biology and Conservsation, v. 6, n. 2, p. 78-84, 2011.

- UNEP. Estrategias para el uso y el Manejo Sostenibles de Especies Arbóreas Sujetas a Comercio Internacional: Sudamérica, Cambridge, UK, p.86, 2008.

- SANTOS, M. F.; SERAFIM, H.; SANO, P. T. Fisionomia e Composição da Vegetação Florestal na Serra do Cipó, MG, Brasil. Acta Botânica Brasílica, v. 25, n. 4, p. 793-814, 2011.

- MIOLA, D. T. B.; FREITAS, C. R.; FERNANDES, G. W. Onde Estão As Palmeirinhas? Predição Espacial de Syagrus glaucescens. , 2005.

- VAN DER PIJL, L. Principles of dispersal in higher plants. 1982. 241 p.

Como citar

CNCFlora. Syagrus glaucescens in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Syagrus glaucescens>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 31/05/2012 - 19:10:21